domingo, 16 de outubro de 2011

Sapateado e Liderança

Reflexão sobre a música "Cidadão" - Zé Ramalho

Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...



                                                                      Composição: Lúcio Barbosa

Esta música foi composta  na década de 70 e faz uma reflexão sobre as consequências do êxodo rural . O autor enfatiza como os interesses capitalistas  afetam diretamente a vida de cidadãos de baixa renda deixando-os à margem da sociedade.  Assim como é retratado nesta canção, o trabalho é  visto apenas como uma mercadoria e o trabalhador como uma ferramenta , uma peça da engrenagem do processo de produção.  O direito de usufruir e consumir o que produz e constrói não é dado para todos na mesma proporção. Além de outros aspectos a música também  faz uma abordagem sobre o  difícil acesso à educação.  Em sua  grande maioria, os trabalhadores e seus filhos não possuem oportunidade de se escolarizarem , agravando ainda mais os problemas sociais.
O trabalho não terá fim, como teorizam alguns autores. Ele continuará a existir e  a gerar riqueza que, infelizmente, segue sendo apropriada por uma minoria de capitães do trabalho.  É lamentável, mas para o capital , a centralidade está na produção  e não no ser humano que trabalha.

Analisando: "Escritores da Liberdade"



  
   Podemos crescer, adquirir conhecimentos e se fazer conhecido.
   Todos nós podemos escrever nossa história.(Postado por Dila Borges).

Escritores da Liberdade


Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar, atua nessa instigante história, envolvendo adolescentes criados no meio de tiroteios e agressividade, num momento em que eles mais precisam: de uma análise profunda da vida. Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e de diferentes ideologias, a professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. Escritores da Liberdade é baseado numa história real através do aclamado best-seller O Diário dos Escritores da Liberdade.

Posatagem feita por Dila Mª Borges

Práticas Pedagógicas na Implementação do Proeja/ E.S.

Os Avanços , Tensões e Desafios de um Processo Político do Proeja no Estado do Espírito Santo. Conforme o artigo o movimento de construção dos Projetos Pedagógicos dos cursos do proeja no IFES-Vitoria/ES avanços, tensões e desafios de um processo político, nota-se que faz parte de um grande trabalho dos profissionais envolvidos com a modalidade de Educação de Jovens e Adultos , apesar der ser uma modalidade nova na Instituição, ela já tem provocado importantes movimentos em favor da discussão não só do projeto que se pretende construir, mas também do que tem vigorado no ensino técnico federal há anos, considerando as variações pelas quais passou a rede ao longos dos tempos. Pois, a educação de jovens e adultos tem como meta o resgate do sujeito na perspectivada cidadania popular, assim resgatando a dignidade dos sujeitos historicamente excluídos do direito a educação e a totalidade dos bens necessários á vida. Superando a ideologia neoliberal. Portanto, o direito a EJA significa reconhecer que os jovens e adultos devem educar-se ao longo da vida, buscando desenvolver todas as suas potencialidades humanas, e não receber um simples treinamento para o mercado. Diante da realidade a partir da implantação do PROEJA na rede federal, conforme o Decreto 5840/2006, o desafio que impôs consistiu na busca pela realização de um currículo integrado, de modo a superar uma perspectiva de formação restrita ao mercado de trabalho e baseada na dicotomia trabalho manual/ trabalho intelectual. Através deste desafio percebeu que o envolvimento dos profissionais ligados a área de formação profissional e a de formação básica era um pressuposto fundamental para o processo de elaboração e discussão dos Projetos pedagógicos dos Cursos. Após vários seminários, reuniões para discussão e debate sobre a proposta dos cursos os professores do grupo de formação continuada se reuniram por área para revisar e propor alterações na ementas das disciplinas, resultando deste trabalho propostas de ensino apoiada em eixos temáticos. Os avanços sugiram através da superação de uma perceptiva compensatória presente na oferta da modalidade pela instituição. Considerando que o processo é de fundamental importância para a superação dos voluntarismos pedagógicos e de uma visão que tem acompanhado a educação de jovens e adultos ao longo de sua historia. Nota-se que os alunos apesar de terem experiências do trabalho, nem sempre tem emprego, mas o buscam com freqüência, para melhores oportunidades. Nessas experiências produzem saberes, conhecimentos, com que chegam á escola como: saberes de vida, das práticas sociais em casa, na rua, na igreja, no mundo do trabalho, nas lutas pela sobrevivência, saberes este que nem sempre revelam seus direitos enquanto cidadãos. Nesse sentido, cabe destacar que concebemos como conteúdos estruturantes na modalidade EJA os mesmos da modalidade regular, nos níveis fundamental e médio, porém com encaminhamento metodológico diferenciado, considerando as especificidades dos(as) educandos(as) da EJA; ou seja, o tempo curricular, ainda que diferente daquele estabelecido para o ensino regular, contempla o mesmo conteúdo. Isso se deve ao fato de que o público adulto possui uma bagagem cultural e de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, uma vez que a escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes. Assim, é possível tratar do mesmo conteúdo de formas e em tempos diferenciados, tendo em vista as experiências e trajetórias de vida dos educandos da EJA. Portando a partir da idéia de integração as inquietações dos professores em relação ao currículo integrado e sua implementação impulsionaram o pensar de um novo Projeto Político Pedagógico, buscando uma efetiva articulação entre a educação básica de nível médio e a formação técnico – profissional, visando á formação integral do sujeito. Assim como ocorreu os avanços, as tensões foram manifestadas ao longo dos debates em torno do projeto Político Pedagógico dos curso do Proeja. A necessidade de dar sequência aos movimentos iniciados e de conhecer o caráter político necessário ao fortalecimento da Eja. Segundo Brasil (...) formação humana, no sentido lato, com acesso ao universo de saberes e conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos historicamente pela humanidade, integrada a uma formação profissional que permita compreender o mundo, compreender-se no mundo e nele atuar na busca de melhoria das próprias condições de vida e da construção de uma sociedade socialmente justa. A perspectiva precisa ser, portanto, de formação na vida e não apenas de qualificação do mercado ou para ele. (BRASIL, 2006,P. 07). Percebe-se muitos foram os desafios enfrentados na implantação do Proeja como : a interação entre as áreas geral e técnica entre as disciplinas, avanços das concepções e princípios, a revisão da forma de ingresso dos alunos nos cursos do proeja que pode contribuir para a redução e evasão. A redução da evasão representa uma vitória para os sujeitos da EJA, pois irá fortalecer a modalidade e consolidar o programa na instituição. Fica então aos profissionais o desafio maior de manter-se envolvido nessa luta, reconhecendo, assim que não pode fazer educação sem posicionamento político, não pode mudar uma realidade sem encará-la de frente.

Dessa forma, a educação de jovens e adultos tem como meta o resgate do sujeito na perspectiva da cidadania. Por isso, buscar a formação profissional voltada ao mercado de trabalho depende muito da proposta dos nossos governantes. Assim, a EJA tem como direito a formação para a cidadania e seu desenvolvimento pleno de todas as potencialidades humanas.

sábado, 15 de outubro de 2011

O sujeito da educação de jovens e adultos no PROEJA

Construir uma EJA que produza seus processos pedagógicos, considerando quem são esses sujeitos, implica pensar sobre as possibilidades de transformar a escola que os atende em uma instituição aberta, que valorize seus interesses, conhecimentos e expectativas; que favoreça a sua participação; que respeite seus direitos em práticas e não somente em enunciados de programas e conteúdos; que se proponha a motivar mobilizar e desenvolver conhecimentos que partam da vida desses sujeitos; que demonstre interesse por eles como cidadãos e não somente como objetos de aprendizagem. A escola, sem dúvida, terá mais sucesso como instituição flexível, com novos modelos de avaliação e sistemas de convivência, que considerem a diversidade da condição do aluno de EJA, atendendo às dimensões do desenvolvimento, acompanhando e facilitando um projeto de vida, desenvolvendo o sentido de pertencimento. Para tanto, é essencial que os processos de formação de professores procurem conhecer as diferentes formas de atendimento da EJA, seus sujeitos, cotidianos e de, fundamentalmente, pensar as possibilidades de um dia-a-dia mais promissor para todos aqueles que encontram nessa modalidade educativa, muitas vezes, a última chance de escolarização.
Andressa Côco Lozorio

A Voz do Coração

Este filme é uma história que nos relata uma importantíssima lição, o melhor caminho para mudar o caráter e a vida das pessoas, amor incondicional de um professor por jovens desprezados ou esquecidos pela sociedade e pode ser transformado  através da música. Clemente Mathieu (Gerard Jugnot), é um professor de música que vai trabalhar  numa rígida instituição de educação de jovens meninos. Com paciência ele tenta melhor suas idéias, através da música, trazendo uma nova ao lugar; ele organiza um coro que promove as descobertas do talento musical dos alunos. Pois, através da persistência e da perseverança os educadores podem fazer a diferença na vida dos educandos. Portanto o professor  deve privilegiar  o que é melhor para o aluno, sendo mediador entre o aluno e o conhecimento a ser construído e adquirido no âmbito escolar e o que ele já traz consigo. É essencial que, o professor saiba articular saberes que necessitam ser incorporados ao seu conhecimento formal, Para tal, torna-se imprescindível que o professor reflita constantemente sobre sua prática. É importante, também que professor tenha conhecimento dos fundamentos teórico-metodológicos, necessários a docência da educação, assim como, ser criativo, dinâmico e curioso para incorporar as experiências previas dos alunos ao contexto educativo. Portanto, Cabe ao professor fazer  diferente para propiciar ao educando um tempo de sonhar, crescer, amadurecer, de possibilitar desenvolver asa suas  estruturas mentais superiores de forma equilibrada e continua em busca de sua autonomia. Importa, ainda que em sua trajetória profissional, o professor busque conquistar os espaços, tempos, e a organização do seu trabalho, que atenda de forma mais efetiva ao seu aluno nos espaços educativos escolares e não escolares.